Batucada boa, cerveja gelada, fim de semana… Qual o amante de samba que não gosta dessa combinação? Para esses, qualquer brecha na rotina é pretexto para extravasar o estresse e dar lugar à leveza de uma resenha com amigos ao som do tamborim. Justificativa melhor, no momento, não há: na segunda-feira (2) é comemorado o Dia Nacional do Samba. Mas na Barra da Tijuca e em bairros vizinhos nem é preciso desculpa: o calendário do ritmo está preenchido o ano inteiro. Confira opções e o serviço, ao final da reportagem.
BoaPraçambar
Uma das sugestões é o Boteco Boa Praça, na Avenida Olegário Maciel, que desde maio promove aos domingos, das 16h às 22h, o evento BoaPraçambar, comandado pelo grupo PagoDelas e com participação de outras bandas.
A banda é liderada pelas cantoras Luana Vaz e Stephanie Serrat, que contam com o apoio de mais oito integrantes animando a festa com instrumentos como violão, cavaco, baixo, sopro, bateria, surdo, tantã, balde e pandeiro. Segundo Luana, o PagoDelas é a primeira dupla feminina de samba e pagode e foi batizada pelo empresário e sócio Rafael Cuia.
— Essa formação surgiu em 2023, quando as afinidades nítidas no palco e fora dele me uniram à Stephanie Serrat, numa sintonia, alto-astral e alegria que cativam e contagiam o público. O samba está na raiz do Rio de Janeiro e, se você nasce no estado, não tem como escapar dele. Escuto desde criança— diz ela, que é de Valença. — Nosso time é composto por homens e mulheres, mas celebra a força e o talento femininos. O samba e o pagode estão abrindo aos poucos as portas para que cada vez mais mulheres tenham espaço no mercado. Sentimos que esse acolhimento é cada vez maior.
Samba da Quinzena
No complexo Rio Sporting Sunset, na Avenida Ayrton Senna, duas vezes por mês, sempre aos sábados, a partir das 16h, há o Samba da Quinzena. A entrada é de graça até as 18h. Formado há dez anos, por profissionais de outras áreas, como um médico, um funcionário público, um empresário e um publicitário, que tocam por hobby, o grupo costuma atrair mais de mil pessoas por apresentação. O próximo evento será no dia 14.
— Somos amantes do samba e respiramos isso em nossos momentos de lazer e descontração. Somos uma família de amigos que cultivam essa cultura e fazem com que cada vez mais ela seja disseminada na nossa região — observa o empresário e integrante Rodrigo Maduro, que toca surdo e percussão. — Tudo começou há dez anos, quando nos reunimos no meu restaurante para começar uma roda de samba, que tomou uma proporção muito grande ao longo dos anos. Temos um público fiel, na faixa dos 35 anos, que curte o clima superanimado, agradável, familiar e seguro.
Quiosque Flor de Liz
À beira-mar, o samba pode ficar até mais gostoso. Neste domingo (1º), em comemoração ao Dia Nacional do Samba, o quiosque Flor de Liz, localizado na Avenida do Pepê, próximo à Rua Olegário Maciel, recebe o Samba do Amaral, das 14h às 19h30. O espaço tem samba todos os fins de semana e, no verão, inicia a programação mais cedo, já nas sextas-feiras, neste mesmo horário.
Samba de Base
No Shopping Metropolitano Barra, a diversão fica por conta do Samba de Base, evento gratuito e que acontece uma vez por mês no terraço do centro comercial, das 17h às 22h, sempre com um convidado. O local conta com lounges, mesas, área kids e espaço gourmet, com opções como hambúrguer, churrasco e pastel. A última edição foi no sábado (30), e a data de dezembro ainda será definida.
Brewteco
Samba regado a cervejas artesanais e comidas de boteco, como bolinho de cevada, croquete de cupim e coxinha sem massa envolta em farinha panko garantem a alegria no Brewteco, na Barra, neste domingo (1º), das 18h às 21h30, com a roda Ô, Queiroz. Aliás, todo domingo o ritmo embala o bar. No próximo, dia 8, quem comanda a festa é o grupo Samba do JP.
— O samba já faz parte do dia a dia do Brewteco há anos. Hoje, construímos as casas já imaginando onde vai ficar a roda. O clima é superintimista. Fica todo mundo em volta. Pode sentar, tomar uma cerveja de garrafa, pode ficar em pé, dançar. Sempre vão muitas famílias almoçar e, depois, ficam para curtir o samba. Faça chuva ou faça sol, semanalmente, o ritmo está na programação — destaca Rafael Farrá, fundador da casa.
Bar do Zeca Pagodinho (Vogue Square)
Na unidade do Vogue Square do Bar do Zeca Pagodinho, onde a decoração remete à trajetória do artista, todo dia, com exceção de segunda-feira, é dia de samba. Hoje, às 20h, o espaço recebe Leandro Sapucahy; na terça, é a vez de Tiee, às 22h. Já no dia 12, sobe ao palco Xande de Pilares, às 21h30. O preço do couvert varia.
— O samba é mais que um estilo musical; transcende barreiras, unificando culturas e gerações. Tão importante que é patrimônio cultural. E o Bar do Zeca Pagodinho é parada obrigatória na Barra. O clima do bar é uma verdadeira viagem ao mundo do Zeca, proporcionando o mesmo encantamento e acolhimento que ele proporciona aos amigos no quintal de sua casa, em Xerém. A curadoria artística é feita com muita dedicação, e a regra principal é fazer o público feliz — diz João Pedro Araújo, diretor administrativo da marca.
Bar do Zeca Pagodinho (ParkJacarepaguá)
Na filial do ParkJacarepaguá, que funciona de sexta a domingo, os shows são gratuitos. Neste domingo (1º), às 14h30, a atração é o grupo Favelou; e na próxima sexta, às 20h, Meu Samba Te Convida.
Sunset da Gigoia
Nas ilhas da região, também não falta samba. Como o Sunset da Gigoia, um palco a céu aberto, com vista para a Lagoa da Barra, que recebe, todos os fins de semana, sábado ou domingo, apresentações de artistas de renome do gênero e do pagode, como Jorginho Faria, Rodriguinho e Pagode do Adame, que participam de projetos fixos da casa, como o Samba dos Esquilos. Dois dos próximos eventos são o Churrasquinho da Gigoia, no sábado, 7, com Thiago Martins, e a roda de samba do Clareou, em 1º de janeiro.
Tonamata
Em Vargem Grande, um reduto do samba é o restaurante Tonamata, que tem som de pandeiro e outros instrumentos todo sábado e domingo. Neste domingo (1º), o show é de Priscila Gouvêa.
— Nossa casa respira samba. Sou um apaixonado pelo ritmo, pois fui criado no subúrbio do Rio, berço da Mocidade Independente de Padre Miguel, minha escola do coração. Aqui é samba o ano inteiro — orgulha-se Thiago Castro, o dono. — Mais da metade do Tonamata, que tem cerca de 600 lugares, é ao ar livre, com um cenário perfeito para a roda que atrai pessoas de vários bairros há mais de dois anos e meio, numa área repleta de verde e ar puro do Parque Estadual da Pedra Branca.
Além de canções autorais, sucessos de artistas como Beth Carvalho, Jovelina Pérola Negra e Jorge Aragão dão o tom da roda de Priscila Gouvêa.
— O samba na minha vida foi um chamamento. Canto desde os 3 anos, mas não vim do samba. O envolvimento com o ritmo aconteceu quando ouvi Candeia e Cartola cantando “Preciso me encontrar”. Me tocou profundamente — relata.
Soulbrado
No Anil, o restaurante Soulbrado é o destino pelo menos uma vez por mês, sempre no sábado do penúltimo fim de semana, quando o grupo Papo de Samba comanda o Samba Cultural. O último show do ano será no dia 21. Durante o evento, o estabelecimento serve feijoada à vontade a R$ 30.
— Surgimos a partir de uma resenha de família. Temos uma pegada bem samba de raiz. Nossa proposta é perpetuar a obra e as vozes dos grandes compositores e cantores de samba, a base da nossa cultura. Gostamos muito de ouvir samba das antigas, e é o que levamos para o público nas nossas rodas, como se fosse um samba de mesa. É algo muito tradicional. Nosso repertório é vasto, incluindo Candeia, Zeca Pagodinho e Leci Brandão, sem deixar de lado referências da década de 1990. Temos que manter viva a chama do samba — diz o percussionista Douglas Almeida.
Gato de Rua
Em janeiro, o samba do restaurante Gato de Rua, na Rua Xingu, na Freguesia, vai completar um ano recebendo diferentes atrações do gênero todo sábado e domingo. Hoje, a festa é do Preto do Banjo. Já no próximo domingo, 8, vão se apresentar os grupos Brasil do Quintal e Fubba. A casa, que serve pastéis, frango a passarinho, moela, caldos, cervejas e drinques, abre às 14h.
— A roda do Gato de Rua já se consolidou e atrai um público mais raiz. Somos propagadores dessa cultura e dessa arte que muitos ainda insistem em abafar. Quem não gosta de samba bom sujeito não é — diz o proprietário, Renato Teles, citando os versos da canção “Samba da minha terra”.
Serviço:
Boteco Boa Praça: Todo domingo, das 16h às 20h. Mulheres de graça até 18h e R$ 20 depois; homens, R$ 15 antes e R$ 35 após as 18h. Av. Olegário Maciel 214.
Samba da Quinzena: Dois sábados por mês, das 16h à meia-noite. Próximo: dia 14/12. De graça antes das 18h e R$ 30 depois. Av. Ayrton Senna 2.541, no Rio Sporting Center.
Quiosque Flor de Liz: Todo sábado e domingo, das 14h às 19h30. Av. do Pepê, Barra.
Shopping Metropolitano: Uma vez por mês, no terraço, das 17h às 22h. Datas divulgadas no Instagram @sambadebase.
Brewteco: Todo domingo, das 18h às 21h30. Couvert artístico (R$ 9) opcional. Avenida Marechal Henrique Lott, Barra.
Bar do Zeca (Vogue Square): De terça a sexta, das 18h à meia-noite, sábado, do meio-dia às 2h, e domingo, do meio-dia às 23h. Couvert entre R$ 30 e R$ 95.
Bar do Zeca Pagodinho (ParkJacarepaguá): Sexta e sábado, das 18h às 2h, e domingo, do meio-dia à meia-noite. De graça.
Sunset da Gigoia: Todo sábado ou domingo à tarde. Próximos: Churrasquinho da Gigoia, dia 7, com Thiago Martins, das 13h às 23h, R$ 30 (ingresse.com); e roda de samba do Clareou, 1º de janeiro. Ilha da Gigoia. Tel.: 99246-1696.
Praticità: De segunda a sexta, a partir das 20h, e domingo, a partir das 15h. Av. Olegário Maciel 120.
Tonamata: Sábado, do meio-dia à meia-noite, e domingo, do meio-dia às 20h. Hoje: show de Priscila Gouvêa, às 14h. Couvert: R$ 20. No dia 7, a casa sedia a feijoada do Samba de Caboclo, ao meio-dia. R$ 89. Estrada do Picuí 880, Vargem Grande.
Soulbrado: Todo penúltimo sábado do mês, das 13h às 20h. Próximo: dia 21/12. Grátis até 15h; depois, R$ 20. Estrada de Jacarepaguá 6.860, no Anil.
Gato de Rua: Sábado e domingo, das 16h às 22h. Grátis. Hoje, show de Preto do Banjo. Dia 8: grupos Brasil do Quintal e Fubba. Rua Xingu, Freguesia.