O Rio vai ganhar uma cidade de data centers no Parque Olímpico da Barra, com capacidade de até 3,2 gigawatts (GW) em energia renovável — uma das maiores do mundo. Batizado de Rio AI City, o megaprojeto será totalmente dedicado à Inteligência Artificial e à computação em nuvem, com operação prevista já a partir de 2026.
A iniciativa é da Elea Data Centers, maior plataforma de infraestrutura de TI sustentável do Brasil, e prevê um investimento bilionário, com potencial para gerar mais de 10 mil empregos qualificados na cidade ao longo da próxima década. Na primeira fase, a estrutura vai operar com 1,5 GW — equivalente à metade da energia produzida por uma usina hidrelétrica de médio porte —, e poderá dobrar essa capacidade nos próximos anos.

Como o DIÁRIO DO RIO já havia revelado, o prefeito Eduardo Paes embarcou para os EUA logo após o show da Lady Gaga, com foco em atrair investimentos internacionais para projetos de tecnologia e inovação na capital fluminense. A proposta do Rio AI City foi apresentada a investidores em visitas do prefeito a três cidades americanas, como parte da estratégia de posicionar a Barra como um dos grandes polos digitais do país. A agenda incluiu ainda reuniões no Google, Microsoft, Amazon, Oracle, Nvidia e a Commonwealth Fusion Systems (CFS).
“A transformação digital exige uma infraestrutura sólida, sustentável e conectada à cidade. A Rio AI City representa o compromisso da Elea com o ecossistema de inovação, e reforça o papel do Rio, nossa cidade, como uma das capitais globais da IA e da nova economia digital”, disse Alessandro Lombardi, presidente e fundador da Elea.
Totalmente abastecida com energia renovável e certificada, a cidade de data centers será construída com sistemas de refrigeração que dispensam o uso de água, seguindo os princípios de sustentabilidade ambiental e eficiência energética. A estrutura já em funcionamento, o data center RJO1, é o mais interconectado do estado. A segunda unidade, RJO2, começa a operar com 80 MW já em 2026. Na sequência, virão as unidades RJO3 e RJO4, adicionando outros 120 MW.

“Vislumbramos uma cidade de data centers projetada para o futuro, pensando no ecossistema entre comunidade, sustentabilidade e inovação tecnológica. A Rio AI City nasce com energia disponível, conectividade e com um projeto capaz de atrair os cérebros que desenharão o mundo que virá. Vemos o Brasil e o Rio de Janeiro se posicionando no epicentro global da transformação digital”, destacou Lombardi.
A localização foi pensada estrategicamente. O Parque Olímpico oferece acesso direto ao hub de cabos submarinos, subestação de energia com 99,8% de disponibilidade e proximidade com centros logísticos e aeroportos. O modelo segue o conceito green skin, que combina eficiência energética com arquitetura sustentável, e prepara o Rio para a nova era digital — centrada em IA, big data e computação de alta performance.
O projeto também se integra ao Mata Maravilha, programa de revitalização urbana na Região Portuária. Serão mais de 200 mil m² reflorestados e reurbanizados, com parques, espaços culturais, residenciais e uma zona digital dedicada à tecnologia verde. “O Rio está se consolidando como a capital da nova economia. Projetos como a Rio AI City mostram que estamos prontos para liderar a revolução digital com sustentabilidade, inclusão e inovação. Essa iniciativa reforça nosso compromisso de transformar o Rio em um grande polo global de tecnologia, atraindo investimentos, gerando empregos de qualidade e conectando nossa cidade ao futuro”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
O projeto tem o apoio institucional da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), e já é considerado um dos maiores da América Latina. A estimativa é que os investimentos diretos e indiretos ultrapassem centenas de bilhões de reais nos próximos anos.