Quadrilha que aplicava golpe da falsa central de banco é presa na Barra da Tijuca e faturou R$ 25 milhões em três anos

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na quinta-feira (16), quatro integrantes de uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central de banco. O grupo foi localizado em uma mansão de luxo na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio, e é acusado de ter feito mais de duzentas vítimas em todo o país, movimentando mais de R$ 25 milhões nos últimos três anos.

Foram presos Andrey da Silva Raimundo, de 21 anos; Caio Henrique Domingos da Silva, de 22; Caroline da Silva de Araújo, de 28; e Felipe Domingos Vicente da Silva, de 30 — todos de São Paulo e apontados como líderes do esquema.

O golpe funcionava quando os criminosos se passavam por funcionários de bancos, alegando falsamente que havia uma fraude na conta da vítima. Com isso, conseguiam que ela fornecesse senhas, instalasse aplicativos de acesso remoto ou realizasse transferências para contas controladas pela quadrilha.

De acordo com o delegado Ângelo Lages, titular da 12ª DP (Copacabana), os principais alvos eram idosos. Os golpistas chegaram a ter acesso a dados sigilosos de cerca de 70 mil clientes bancários, incluindo saldo, limite de cheque especial, valor de investimentos e até o nome e foto dos gerentes das agências. Com essas informações, ligavam para as vítimas e as convenciam a “evitar uma fraude”, fazendo com que transferissem valores para as contas do grupo.

O dinheiro era então sacado e redistribuído em depósitos fracionados, geralmente de R$ 2 mil, em contas de empresas de fachada. A Justiça determinou bloqueios judiciais de até R$ 14 milhões, além do sequestro de veículos, imóveis e bens de luxo — como joias, relógios e roupas de grife.

Os criminosos viviam uma rotina de ostentação, com carros importados, viagens e imóveis de alto padrão. No momento da prisão, estavam hospedados em uma mansão com piscina, sauna, academia, sala de jogos e espaço gourmet, pagando R$ 6 mil por diária.

As investigações começaram em julho de 2024, após uma vítima de Florianópolis registrar prejuízo de cerca de R$ 100 mil. A operação, batizada de Central Fantasma, foi deflagrada inicialmente pela Polícia Civil de Santa Catarina, em conjunto com a de São Paulo, e contou com o apoio da polícia fluminense para localizar os chefes do grupo.

Os quatro presos vão responder por fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo o delegado Ângelo Lages, o caso serve de alerta: “É um golpe muito bem elaborado. O correntista deve sempre desconfiar e, na dúvida, procurar diretamente a agência bancária ou os canais oficiais do banco”.

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