O excesso de ruído causado pelas aeronaves do Aeroporto de Jacarepaguá voltou ao centro das atenções nesta sexta-feira, em uma reunião que reuniu representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), parlamentares e moradores da Barra da Tijuca, Freguesia, Pechincha e Gardênia Azul.
O encontro, realizado nas dependências do próprio aeroporto, tratou do crescente incômodo provocado por voos que desrespeitam as regras de altitude e sobrevoam áreas residenciais com frequência considerada abusiva pelos moradores.
A reportagem é do portal G1 e detalha as reivindicações feitas por parlamentares e lideranças comunitárias que cobram a aplicação de penalidades para operadores que ignoram os limites estabelecidos. Entre os presentes estavam o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlo Caiado (PSD), e os deputados federais Claudio Caiado e Hugo Leal (PSD).
— Já conseguimos no passado que o Decea determinasse uma altitude mínima de 1.000 pés para reduzir o impacto dos voos sobre as residências. Por um tempo, funcionou. Mas hoje a regra é desrespeitada diariamente — denunciou Carlo Caiado, que acompanha o tema há mais de dez anos.
Segundo os moradores, a situação se agravou após a expansão das operações no terminal, sobretudo com o aumento de voos offshore desde 2020, impulsionados pela exploração do pré-sal, a inclusão de voos comerciais para Congonhas em 2022, e o início das rotas internacionais em 2024.
— Precisamos revisar rotas, impor fiscalização rígida e aplicar punições para quem descumpre as regras. A população tem o direito de viver com dignidade — declarou Hugo Leal.
Associações de moradores
Dados levantados por associações de moradores indicam que aviões têm trafegado a menos de 700 pés de altitude, e helicópteros, abaixo de 100 pés, muito abaixo dos parâmetros considerados seguros e aceitáveis para áreas urbanas. As queixas incluem também a inexistência de um canal de denúncia funcional e a ausência de fiscalização efetiva.
Historicamente, o aeroporto já foi alvo de acordos para mitigar os impactos sonoros. Em 2012, foram traçadas rotas preferenciais para evitar áreas densamente habitadas, e as reclamações diminuíram entre 2015 e 2019. No entanto, segundo Carlo Caiado, a falta de monitoramento contínuo permitiu a volta dos abusos.
— A convivência entre o aeroporto e os moradores é possível, mas ela depende de responsabilidade e respeito às normas — enfatizou o vereador.
A reunião desta sexta-feira marca uma tentativa de reabrir o diálogo entre autoridades e a população, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio entre a atividade aeroportuária e o bem-estar urbano.
fonte: https://correiodobrasil.com.br/a/barulho-avioes-jacarepagua-irrita-moradores-gera-cobrancas