Invasão de borrachudos: área da Barra da Tijuca tem proliferação atípica do inseto, e prefeitura reforça combate

Facebook
WhatsApp
LinkedIn

Ele mede menos de 4mm, mas é caso de saúde pública na região, que o digam moradores do Itanhangá. O inseto borrachudo, cientificamente chamado de Simulium spp, proliferou em época atípica para uma infestação, e autoridades municipais estão se mobilizando em ações conjuntas para eliminá-lo.

O inseto nasce na beira de córregos e rios, e sua população aumenta por conta de desequilíbrio ambiental causado por invasão de áreas de mata, depósito de matéria orgânica e a destruição de seus predadores naturais pelo chamado fumacê, que consiste em dissipação de inseticida no ambiente. O método é útil para eliminar o Aedes aegypti, mas colabora para a proliferação do borrachudo, que é menor e voa com mais velocidade e para mais longe, podendo chegar a até cinco quilômetros de distância, o que permite que fuja da área de borrifação do veneno. Se o remédio não o atinge, por seu tamanho de diminuto, alcança seus predadores, como a libélula, acentuando o desequilíbrio ambiental.

— Este é, sim, um caso de saúde pública, mas não é o setor de saúde que vai resolver. Precisamos ter uma ação conjunta,que inclua demolição de construções irregulares nas matas e outras invasões — diz o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. — A Secretaria de Saúde está fazendo, junto com a de Ordem Pública, uma ação permanente neste sentido. Não temos evidência científica de conseguir eliminar o borrachudo e recompor equilíbrio ambiental com mais veneno no ambiente. E garantir equilíbrio ambiental é a resposta, a forma mais eficaz de eliminar o inseto.

Borrachudos costumam nascer à beira de córregos e rios — Foto: Foto do leitor
Borrachudos costumam nascer à beira de córregos e rios — Foto: Foto do leitor

No último dia 16, o secretário e os vereadores Carlo Caiado e Marcelo Diniz se reuniram na sede do Golfe Club Itanhangá com a população de Itanhangá, Barrinha e Alto da Boa Vista para discutir maneiras de combater o borrachudo. Na ocasião, foi anunciada a criação de uma comissão especial da Câmara, que será presidida por Diniz, para acompanhar as iniciativas. Os parlamentares também solicitaram a elaboração de uma cartilha educativa para orientar os moradores sobre prevenção, ações permanentes de limpeza de rios e córregos e intervenções imediatas para reduzir a infestação.

— Mas é necessário haver um acordo entre os governos municipal e estadual para garantir o devido manejo ambiental para controle do borrachudo de forma permanente, pois comissões têm inicio, meio e fim —frisou Caiado.

Ações de combate

Algumas ações práticas já começaram esta semana, com aplicação de BTI (bactéria que elimina as larvas do borrachudo sem prejudicar o meio ambiente ou a saúde humana), limpeza de pedras e margens dos rios e remoção de folhas e matéria orgânica acumulada no entorno do Morro do Banco. Na quarta-feira, a região da Tijuquinha será contemplada com a ação, realizada por Comlurb, Rio-Águas, Secretaria de Saúde e subprefeitura local.

Trabalho semelhante é feito semanalmente na cachoeira do Morro do Banco pela Associação de Moradores e Amigos do Itanhangá Leste (AMA-IL).

— O problema é que esse trabalho não é feito em outros lugares, pois é caro. Fizemos por dois meses no Alto da Boa Vista, mas paramos por falta de verba. Se não houver a participação de todos, ele não irá para a frente — ressalta Maria Lúcia Mascarenhas, presidente da AMA-IL.

Dono de um restaurante na Praça Desembargador Araújo Jorge, na Barrinha, Antônio Antunes afirma que não perde clientes apenas por disponibilizar repelente. Ele gasta cerca de um frasco do spray a cada dois dias em seu estabelecimento.

— Do ano passado para cá, o borrachudo ficou muito mais agressivo. Eles estão descendo da área de mata, até o Jardim Oceânico está com bastante inseto. E agora estão mais abusados, voando mais alto, no pescoço e braços das pessoas — diz Antônio.

fonte: https://oglobo.globo.com/

Continue lendo

Abrir bate-papo
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?