Moradores da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, relataram uma grande quantidade de peixes mortos nas margens do Canal do Marapendi, nesta quarta-feira (26). A BandNews FM recebeu vídeos dos animais sendo recolhidos por pescadores e funcionários da Comlurb, entre os números 2500 e 2900 da Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso.
Entre as manhãs de quarta e quinta, a Comlurb removeu mais de seis toneladas de peixes mortos das margens da Lagoa de Marapendi. O serviço foi realizado por 60 garis.
No dia 17 de janeiro, a reportagem da BandNewsFM denunciou situação similar na mesma localidade. O morador da região Osmar Lobão relata que a mortandade afeta todo o Canal de Marapendi.
“O canal inteiro está com peixe morto, inclusive os pescadores estavam pegando os peixes mortos na beira e botando em saco, e assim, eu não sei qual é o fenômeno, mas com certeza é falta de oxigênio, né?”
Desde 2019, a BandNews FM denuncia a mortandade de peixes no canal, pelo despejo de lixo e esgoto no local.
O biólogo Mário Moscatelli afirma que a mortandade tem sido menos recorrente por conta do Marco do Saneamento, que teria reduzido o descarte de esgoto no local, mas os peixes são afetados pelo fenômeno chamado de maré quadratura.
“No momento se tem um período de maré de quadratura ou seja a maré não sobe nem desce e portanto não há uma troca de água eficiente entre o oceano e o sistema lagunar ou seja uma água mais oxigenada você tem um aquecimento brutal fruto do calor entre aspas atípico que já vai para um mês e o saneamento que ainda não é universalizado e o esgoto circula. Pronto, os níveis de oxigênio caem abaixo do nível necessário para manter a fauna aquática viva, infelizmente para reverter esse quadro recorrente vai levar algum tempo.”
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que a presença de matéria orgânica oriunda das Lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, associada ao aumento da temperatura são fatores que contribuem para diminuir a oxigenação da água, causando morte de peixes no Canal do Marapendi.