Operação Urbana Consorciada do Parque Olímpico: mobilidade e infraestrutura foram principais temas de audiência pública; saiba o que foi discutido

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Mobilidade urbana e infraestrutura foram os principais assuntos debatidos em audiência pública realizada na última quinta-feira (3) na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, para discutir o projeto de lei que visa a instituir a Operação Urbana Consorciada (OUC) do Parque do Legado Olímpico Rio 2016, criando um polo de lazer, esporte e cultura no lugar que abrigou competições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, na Barra da Tijuca. O investimento pelo setor privado é estimado em R$ 2,7 bilhões.

A reunião sobre o o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 169/2024 foi conduzida pelo presidente da Comissão de Assuntos Urbanos, vereador Pedro Duarte (Novo), e teve a participação do secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento, Gustavo di Sabato Guerrante, do secretário municipal de Esportes, Guilherme Nogueira Schleder, do CCO da Rock World, Ricardo Acto, empresa que produz o Rock in Rio e que deverá ser responsável pela implantação do parque, e do presidente da Câmara Comunitária da Barra (CCBT), Delair Dumbrosck, representando moradores da região.

As preocupações dos moradores

O tom geral foi favorável ao projeto, a partir do entendimento de que colaborará com o turismo e economia da cidade. No entanto, muitos presentes expressaram preocupação com uma possível piora no trânsito e agravamento de problemas como falta de d’água e quedas de energia na Barra da Tijuca.

— O projeto é muito importante para a cidade, mas temos alguns pontos de atenção importantes. É preciso detalhar a questão do transporte. Os moradores da Barra reclamam muito sempre, em com toda razão, porque o trânsito está cada vez mais estrangulado. O que vamos ter para absorver mais essa operação (do Parque Olímpico)? A prefeitura vai concluir a Via Parque? Vai ter expansão da Dulcídio Cardoso? E o VLT, o transporte aquaviário? — indagou Pedro Duarte, antes da fala de representantes da prefeitura.

Delair Dumbrosck, que disse estar representando cerca de 400 condomínios e 200 mil moradores da Barra, afirmou que o empreendimento tem que vir acompanhado de melhora na infraestrutura correspondente ao aumento do movimento no bairro. Ele citou temas como o assoreamento das lagoas, o trânsito intenso e a necessidade de a região contar com um transporte aquaviário mais eficiente, a partir de uma parceria entre os governos municipal e estadual.

— Nós não somos absolutamente contrários a nenhum empreendimento. Cidade que não tem empreendimento que cria empregos acaba falindo, como aconteceu com alguns municípios da Região Metropolitana do Rio. O projeto é lindo, mas precisamos fazer a reflexão de que esses grandes empreendimentos precisam vir acompanhados de investimento em circulação e mobilidade. Hoje, na Barra, vemos um mar de carros-pipa, pois a água não tem pressão para chegar com tantos empreendimentos surgindo, por exemplo — observou.

O que diz a empresa

O projeto foi batizado de Imagine District pela Rock World. O CCO, Ricardo Acto, disse que o investimento em mobilidade foi objeto de um estudo específico. Ele citou planos como um teleférico no parque, a construção de passarelas e a criação de acessos às avenidas Embaixador Abelardo Bueno e Salvador Allende, com um mergulhão e desvio de vias, como estratégias para minimizar o impacto do parque.

— Nós contratamos um estudo para o Imagine com tudo o que seria necessário realizar não só no entorno do Parque Olímpico, como na Barra da Tijuca. O que nós entendemos é que o nosso projeto é um catalisador de investimentos, e tem que ter um trabalho e acompanhamento permanentes. Nós estamos dispostos a investir em projetos e precisamos, junto ao Executivo, viabilizá-los. Colocamos à disposição este estudo de mobilidade para que não apenas seja viável o projeto que idealizamos, mas que também traga um legado para a população de melhoria do seu dia a dia.

Fundo de mobilidade

O estudo da Rock World sugere ainda um novo traçado, de VLT, para chegar do metrô ao Parque Olímpico, através da construção de uma ponte que desviaria o trânsito da Avenida Embaixador Abelardo Bueno para a Avenida das Américas, descongestionando a Avenida Ayrton Senna. Ele ainda se referiu à ideia de haver balsas temáticas para transporte aquaviário.

O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento afirmou que o anteprojeto da veletização dos corredores de BRT Transoeste e da Transcarioca, em parceria com o BNDES, anunciado pelo prefeito Eduardo Paes, está avançado e passível de implementação ou licitação.

O presidente da Câmara, Carlo Caiado, enfatizou que é preciso providenciar também melhoras na infraestrutura, como abastecimento de água e tratamento de esgoto. E sugeriu a criação de um fundo de mobilidade, como há no projeto de reconstrução do Complexo de São Januário, no Vasco da Gama:

— Fizemos uma emenda para o Vasco que gerará dentro de um fundo de mobilidade em torno de R$ 130 milhões. Para o Autódromo Parque de Guaratiba, em torno de R$ 90 milhões. É uma questão para trazermos para este projeto — indicou.

Caiado sinalizou ainda que o prefeito Eduardo Paes (PSD) se comprometeu a fazer algumas intervenções na Barra da Tijuca, como uma ponte próxima ao shopping Via Parque, para desafogar a Avenida Ayrton Senna, e uma grande rotatória na Avenida Lucio Costa.

Próximos passos

Além de Caiado, também participaram da audiência os vereadores Flávio Valle (PSD), presidente da Comissão de Turismo, Zico (PSD), vice-presidente da Comissão de Assuntos Urbanos, Átila Nunes (PSD), Rogério Amorim (PL), Leniel Borel (Progressistas) e Marcio Ribeiro (PSD).

O PL está sendo analisado pelas comissões permanentes da Câmara, que têm até 20 de maio para darem seus pareceres — o prazo só será mais curto se todas elaborarem um parecer conjunto, o que ocasionalmente acontece. Finda esta etapa, o projeto pode entrar na pauta para votação, que é feita em duas discussões. Se aprovado, o texto segue então para sanção ou veto do prefeito.

fonte: https://oglobo.globo.com/rio/bairros/barra/noticia/2025/04/07/operacao-urbana-consorciada-do-parque-olimpico-mobilidade-e-infraestrutura-foram-principais-temas-de-audiencia-publica-na-camara-dos-vereadores-saiba-o-que-foi-discutido.ghtml

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