O céu da Barra da Tijuca foi palco de uma série de avistamentos de balões durante o último fim de semana, conforme relatos de moradores da região. Nas redes sociais, diversas pessoas relataram ter visto entre cinco e 15 balões sendo soltos entre sábado (17) e a madrugada de segunda-feira (19), em vários pontos do bairro da Zona Oeste do Rio.

Um dos episódios mais preocupantes aconteceu na madrugada de segunda-feira, quando um balão caiu em um terreno baldio ao lado do condomínio Golden Green. Segundo depoimentos publicados nas redes sociais, cerca de 30 pessoas teriam invadido o terreno, reacendido o balão e o lançado novamente ao céu, ainda em chamas. A movimentação causou tumulto e gritaria, especialmente após a chegada de viaturas da Polícia Militar que, de acordo com testemunhas, estavam do lado de fora do local. A confusão teria cessado apenas depois que o balão subiu novamente.

No domingo (18), moradores também relataram a queda de um balão nas proximidades do shopping Downtown. Ainda no mesmo dia, equipes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) conseguiram apreender dois balões nas imediações da Avenida das Américas. O material recolhido foi encaminhado para a 16ª DP (Barra da Tijuca), onde um inquérito foi instaurado com o objetivo de identificar os responsáveis pelas solturas.

A vizinha Jacarepaguá também registrou incidentes. Em um dos casos, um balão caiu sobre uma residência em um condomínio da região. Um grupo de homens teria invadido o local para recuperar o artefato, o que provocou pânico entre os moradores.

Nas redes sociais, o sentimento dominante é o de insegurança e indignação. Uma moradora relatou: “Ontem aconteceu na praia da Barra, na altura do AlfaBarra 1, por volta de 8h30 da manhã!”. Outro depoimento reforçou a sensação de impunidade: “Isso já aconteceu na minha casa. Eles invadiram igual barata tentando pegar dois balões. Quebraram todo meu telhado, invadiram minha privacidade com meus filhos e ficou por isso mesmo.”

A soltura de balões é considerada crime ambiental, devido aos riscos de incêndios e acidentes aéreos. A prática é proibida pela Lei Federal nº 9.605/1998, que prevê pena de detenção de um a três anos, multa ou ambas as penas, para quem fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios em florestas, áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos.

A Polícia Militar informou que vem atuando para coibir essas ações, utilizando batalhões locais e o Comando de Policiamento Ambiental (CPAm), com apoio de ações de inteligência para localizar pontos de fabricação e armazenamento dos artefatos. Já a Polícia Civil afirmou que diligências estão em andamento e orienta os cidadãos a registrarem boletins de ocorrência em caso de flagrantes.

A população pode colaborar com as investigações por meio de denúncias anônimas ao Programa Linha Verde, do Disque Denúncia, pelo telefone 0300-253-1177 ou pela internet.