Um anúncio inusitado está chamando atenção nas redes sociais: por R$ 95 mil, um vendedor oferece uma barraca de praia completa no Posto 6 da Barra da Tijuca, em frente ao Condomínio Barra Bella — apontado pelo próprio anúncio como campeão de locações via Airbnb na orla.
Mas não se trata apenas de cadeiras, guarda-sóis e isopor. O vendedor anuncia o “ponto fixo” como se fosse propriedade particular, com escada de madeira legalizada pelo Ibama, instalação de água doce, e até clientela garantida — já que a barraca fica ao lado de uma quadra de futevôlei movimentada.
Segundo ele, o pacote inclui cadeiras, guarda-sóis, mesa, cooler grande e outros itens para trabalhar na orla. “Aceito propostas que não sejam absurdas”, escreveu o anunciante em um grupo de classificados no Facebook, garantindo que não tem pressa para fechar negócio. Ainda afirma que a oferta é uma “oportunidade única para ganhar dinheiro com praia no Rio”.

Licença não acompanha a venda
Apesar de tudo, a licença da Prefeitura não está incluída — e, mais importante: não pode ser transferida, como lembra a legislação municipal.
O caso foi parar no radar do vereador Flávio Valle, que se manifestou nas redes sociais:
— A autorização da Prefeitura serve para permitir o trabalho de ambulantes, e não para transformar área pública em mercadoria. Se o titular da licença desiste, outro ambulante da fila assume o lugar — destacou.
A prática, embora comum na orla carioca, é irregular. Autorizações para barracas e ambulantes seguem critérios estabelecidos pela Subsecretaria de Licenciamento e Fiscalização, e qualquer tentativa de comercializar o direito de uso configura uso indevido do espaço público.