Foi aprovada nesta segunda-feira (09/12) a troca de controle de um dos principais shoppings da Barra da Tijuca, o Via Parque. A partir de fevereiro, a Alqia — mesma gestora do Bossa Nova, no SDU —, assumirá a administração do centro comercial. A empresa, que já comandou o Fashion Mall, substituirá a Allos (antiga Aliansce), em um momento desafiador para o shopping.
Concorrência acirrada na Barra
Inaugurado na década de 1990, o Via Parque enfrenta forte concorrência de novos centros de compras da região, como o Shopping Metropolitano, a poucos metros de distância, e o Village Mall, voltado para o público de alto padrão, sem contar do Barra Shopping, que abocanha grande parte do público-alvo. A saturação de shoppings na Barra da Tijuca foi reconhecida pelo CEO da Alqia, Frederico Yousself, que ressaltou a necessidade de reposicionar o empreendimento.
Agora em 2024, o shopping registrou um desempenho negativo. As vendas em outubro caíram 29,7% em comparação ao mesmo mês de 2023, enquanto no acumulado do ano, a queda foi de 21%. O shopping perdeu grandes lojas, como o fechamento da Leader e da Marisa, que desativaram unidades em quase toda a cidade, além da saída da Renner de seu portfólio de lojas. Das 33 lojas que fecharam este ano, menos da metade foi substituída por novos empreendimentos. Até mesmo o estacionamento apresentou uma retração de receita, com queda de 14,5% em relação ao ano passado.
A Alqia já anunciou planos de realizar, em 2025, uma pesquisa de potencial de mercado para entender as necessidades do público e reposicionar o Via Parque. A nova gestão pretende adotar estratégias para recuperar o tráfego de consumidores e melhorar os indicadores financeiros do shopping, que hoje sofre com a competição acirrada e a retração econômica no setor.
Saída da Allos: decisão estratégica
A Allos, por sua vez, afirmou que a decisão de deixar a administração foi iniciativa própria. A empresa comunicou sua intenção de desinvestir integralmente no Via Parque, reduzindo sua participação para apenas 3,5%. Em nota, destacou desalinhamentos com a administradora do fundo que impossibilitaram investimentos mais significativos no shopping. “Estamos rescindindo os serviços de comercialização, backoffice, administração do condomínio e estacionamento a partir de janeiro de 2025”, declarou a companhia.