O bairro planejado Ilha Pura, na Barra da Tijuca, onde funcionou a Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos de 2016, vive uma guinada. O mais recente lançamento, o ORO Ilha Pura by Ornare, movimentou cerca de R$ 200 milhões em apenas dois dias, superando em um fim de semana a meta de vendas prevista para todo o mês de setembro. Foram mais de 100 unidades comercializadas.
Com apartamentos de até 461 m² e valores a partir de R$ 9,2 mil por metro quadrado, o novo residencial tem Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 938 milhões. A primeira fase do projeto contempla duas torres e 136 unidades.
Estratégias de mercado
Parte do sucesso das vendas se deve a ações diferenciadas. Os compradores das 70 primeiras unidades receberam uma bolsa vitalícia que cobre metade da anuidade do Colégio pH, previsto para ser inaugurado em 2026 dentro do próprio bairro.
Outro diferencial foi o plano de “upgrade interno”: moradores de outros edifícios do Ilha Pura puderam usar seu imóvel atual como parte do pagamento por uma unidade nova, com direito a permanecer até 90 dias no apartamento antigo.
“Esse mecanismo reduziu barreiras de decisão e mostrou que investir no Ilha Pura é um ciclo contínuo de valorização e conveniência”, explica Ricardo Cardoso, sócio do BTG e CEO da Enforce.
Do fracasso olímpico à retomada
O Ilha Pura nasceu como a maior vila olímpica já construída, com 31 prédios e 3,6 mil apartamentos destinados a abrigar 18 mil pessoas durante os Jogos. Após a Olimpíada, o plano era transformar o espaço em um bairro de alto padrão, mas as vendas foram um fracasso: em 2019, apenas 512 unidades tinham sido vendidas — menos de 15% do total.
A virada começou em 2024, quando o BTG Pactual assumiu a gestão do empreendimento por meio da Enforce, sua unidade de ativos estressados. Desde então, o bairro soma mais de mil unidades vendidas e ultrapassa R$ 1 bilhão em VGV, com valorização média de 20%.
“Onde todo mundo via um problema, vimos um ativo premium com estrutura pronta. O desafio não era de produto, mas de liquidez”, diz Michel Wurman, sócio do BTG.
Novos projetos e investimentos
Desde a aquisição, o BTG já lançou três empreendimentos no bairro:
- Elos, com VGV de R$ 650 milhões;
- Astra, com VGV de R$ 450 milhões;
- ORO, o mais sofisticado, primeiro condomínio do Rio com áreas comuns assinadas pela Ornare.
Além disso, o banco investiu R$ 220 milhões em revitalizações urbanas, como o Parque Ilha Pura, com projeto paisagístico do escritório Burle Marx. Até 2026, o bairro vai receber o Colégio pH e um supermercado.
Potencial de R$ 4 bilhões
O projeto tem potencial total estimado de R$ 4 bilhões em VGV. Mais de 11 mil clientes já visitaram o empreendimento desde a aquisição pelo BTG, consolidando o avanço na ocupação da região.
A expectativa é transformar o antigo símbolo da frustração olímpica em uma nova centralidade de alto padrão na Zona Oeste do Rio.