Moradores da Associação Bosque Marapendi (ABM), na Barra da Tijuca, foram surpreendidos pela falta de sinal de internet, na manhã desta quinta-feira (7). Por volta das 8h, o consultor digital Otávio Augusto Abreu e Souza, que mora há 15 anos na Rua Jornalista Henrique Cordeiro, recebeu diversas mensagens no grupo de WhatsApp da vizinhança relatando o problema. Até que um vizinho conseguiu descobrir a causa do problema, que foi classificada por Souza como “inusitada”. Segundo ele, o motivo da interrupção foi um furto de cabos de internet ocorrido durante a madrugada, bem próximo a uma das duas cabines da Polícia Militar que ficam próximas ao endereço. O serviço foi restabelecido por volta das 15h.
— É a primeira vez que algo assim acontece por aqui, e o que torna a situação ainda mais inusitada é que isso ocorreu em uma área nobre, ao lado de uma cabine da Polícia Militar — comenta Souza, que trabalha em sistema de home office e precisou seguir às pressas para outro local para participar de uma reunião de trabalho. — É inacreditável que uma coisa dessas aconteça num lugar cercado por vigilância.
De acordo com a Conexis, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoal, neste semestre o Rio teve 50.198 metros de cabos furtados. No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 66.159 metros.
“O furto, roubo, vandalismo e também a receptação de cabos e equipamentos causam prejuízo direto a milhões de consumidores todos os anos, que ficam sem acesso a serviços de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas. Em alguns estados o problema do roubo e vandalismo de cabos, geradores, baterias, entre outros equipamentos, se soma ao bloqueio de acesso das equipes das prestadoras para a manutenção de seus equipamentos, usados para a prestação do serviço. As operadoras ficam sem acesso aos equipamentos e impedidas de dar a manutenção necessária à prestação do serviço”, disse o sindicato em nota.
Procuradas, a operadora Claro, que fornece internet para condomínios da ABM, não retornou o contato até a publicação desta matéria. Já a Polícia Militar informa que, de acordo com o comando do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), até o momento não houve registros de furtos dessa natureza na região nesta quinta-feira.
Problema crônico
O furto de cabos já se tornou um problema crônico tanto no Rio quanto em outras cidades da Região Metropolitana. Somente em 2023, mais de 16 mil metros de cabos de cobre foram furtados da rede subterrânea da Light. A quantidade de metros furtados é equivalente a quatro voltas completas na orla de Copacabana.
Campo Grande, na Zona Oeste, é o bairro onde ocorrem mais casos de furtos de cabos e vandalismo nas redes de energia. De acordo com um levantamento da Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz), até abril deste ano foram registradas 458 ocorrências deste tipo na localidade, uma média de três por dia. A Pavuna, na Zona Norte, vinha logo atrás, com 405 casos, seguida de Realengo, com 279.