Passado mais de um ano desde o anúncio do resultado da licitação para a implantação do sistema de barcas no Complexo Lagunar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, a Prefeitura do Rio ainda não assinou o contrato com o consórcio vencedor.
De acordo com o edital, o prazo original para a formalização era de seis meses, podendo ser prorrogado por igual período. Com o término desse prazo, o Consórcio Lagunar Marítima, que venceu a disputa, não é mais obrigado a cumprir os investimentos previstos, estimados em mais de R$ 101 milhões.
O projeto propunha a construção de cinco terminais e seis estações, para operar pelo menos oito linhas de barcas, interligando pontos como Rio das Pedras, Muzema, Gardênia Azul e a Linha Amarela à Barra da Tijuca, passando por áreas como o Jardim Oceânico, o Barra Shopping e a estação do metrô.
Segundo as estimativas, a nova malha transportaria cerca de 81 mil passageiros por dia útil, funcionando como alternativa viária para desafogar o trânsito intenso da região, especialmente para quem precisa se deslocar diariamente dentro da Zona Oeste.
Para o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, a implementação do transporte aquaviário teria impacto direto na mobilidade urbana:
“É lamentável esse revés no projeto do sistema aquaviário da Barra e Jacarepaguá. A região enfrenta congestionamentos severos, gerando perdas significativas de tempo, aumento de acidentes, emissão de poluentes, ruídos e gasto excessivo de combustível. Um sistema aquaviário ativo aliviaria boa parte desses problemas”, avalia.
Já o vereador Marcelo Diniz, presidente da Comissão de Transportes e Trânsito da Câmara Municipal do Rio, afirmou que o Legislativo tomará medidas legais para cobrar soluções:
“É muito frustrante, porque cria uma grande expectativa, especialmente entre os moradores da região. O trânsito é hoje um dos maiores problemas da cidade, ao lado da segurança. A Câmara, por meio da Comissão de Transportes e Trânsito, vai adotar todas as medidas legais cabíveis para resolver essa situação o quanto antes.”
Em nota oficial, a Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) afirmou que a licitação ainda está na fase de verificação do cumprimento das exigências prévias à assinatura do contrato.
Procurado pela imprensa, o Consórcio Lagunar Marítima não confirmou se ainda tem interesse em realizar os investimentos originalmente propostos.



