Voto na Barra, apesar de há décadas morar longe dali. É história longa e antiga, que me leva a cada pleito a fazer uma incursão pelo Jardim Oceânico, onde fica a minha zona. Aproveito para pegar o metrô e explorar a pé as ruas simpáticas de prédios baixinhos, comércio de bairro e praças arborizadas que imperam por ali. Costumo perder o rumo e o “perdido” pode render descobertas como o Yujo, japonês no fim de uma ruazinha sem saída, onde almocei depois do dever cívico cumprido. Sempre!
É um restaurante bem cuidado e soube de cara que somava alguns meses, mas identifiquei rostos familiares no salão e na bancada do sushi bar (o chef Marcelo Yamasaki). Três décadas de comilanças me dão esse background. Adianto que não é japa para aficionados (apesar dos peixes nobres listados no cardápio), nem para a turma do rodízio-cream cheese-harumaki.
É um combinado tipo “nem lá, nem cá”, com versões dos mesmos em cartaz, e aqui falo em sushis, sashimis, harumakis e que tais, mas com toques de Yamasaki. A primeira surpresa foi a beleza dos pratos, das louças aos cortes, as combinações e as flores comestíveis. Os molhos são da casa, temperados com coisas como pimenta-cambuci, limão-siciliano e por aí vai. Muda tudo.
A porção do edamame chega quente e com flor de sal (R$ 30), e o nirá é bem refogado (R$ 45). Comi folhas de shisô empanadas crocantes (R$ 64, a porção); gunkans de centolla desfiada, um chumaço da carne, com maionese de ovas picante (R$ 117, a dupla) e ostras com ovas gorduchas e ponzu frutado (R$ 49, quatro unidades).
O combinado, todo florido, trouxe cavalinha, lagostins, vieiras, polvo, atum e outros peixes de qualidade (R$ 190, 15 peças, ou R$ 359, 30 peças); a enguia veio coroada com ovas verdinhas de tobiko (R$ 120, a porção), e o tartare de atum, com naco de foie gras (R$ 86). Os guiozas têm massa caseira: provei o recheado de lombo suíno (R$ 30, quatro).
As sobremesas “viajam longe”, como é comum nas casas japoneses. Daí, tem cocada de forno com sorvete de missô (R$ 43). Fui no mochi, sou fã desse docinho feito com arroz glutinoso, verdinho e com sorvete de matcha (R$ 29). Todos os sorvetes, informou o meu atendente, são feitos ali mesmo.
Na saída (tem um larguinho), vi que o Yujo (que quer dizer amizade, nome gracinha) é vizinho do D’Amici, restaurante italiano que fez história no Leme. Puxando a conta e nem tão alta, se você mora em outros CEPs, não é preciso se deslocar até o Yujo. Mas, se ali for a sua praia, aqui vai meu voto de confiança.
Serviço:
Yujo. Rua Aléssio Venturo s/nº, Barra (3866-3125). Ter a qui, das 18h às 23h. Sex, das 18h à meia-noite. Sáb, das 12h à meia-noite. Dom, das 12h às 22h.