As obras de modernização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Barra da Tijuca entraram, nesta segunda-feira (27), na fase de testes — conhecida tecnicamente como comissionamento. Nesse período, a concessionária Iguá irá verificar o funcionamento completo do sistema, garantindo que todos os equipamentos operem com eficiência, segurança e qualidade antes do início oficial da operação.
Segundo a empresa, essa etapa deve durar cerca de dez dias. Em seguida, a ETE passará por processos de liberação junto à Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) e deverá voltar a funcionar plenamente ainda em 2025. Com a reforma, a capacidade de tratamento da unidade será ampliada em 50%.
A modernização da ETE foi iniciada em 2023 pela Iguá, responsável pelo saneamento de Jacarepaguá, Barra, Recreio, Vargens, além dos municípios de Miguel Pereira e Paty do Alferes. Durante as obras, a concessionária foi alvo de críticas e autuações de órgãos estaduais, que apontaram o lançamento de esgoto sem tratamento adequado no emissário submarino da Barra. Em junho, a Agenersa chegou a recomendar a revisão do contrato de concessão da Iguá e, dois meses depois, aplicou uma multa de R$ 124 milhões à empresa.
A Iguá sustenta que a paralisação total da estação foi necessária para viabilizar as melhorias estruturais e permitir o funcionamento correto da unidade — justificativa contestada por técnicos e autoridades ambientais.
A situação da ETE da Barra é antiga. De acordo com a Câmara Comunitária da Barra da Tijuca (CCBT), entidade que reúne cerca de 400 condomínios da região, documentos de um processo judicial movido pela Cedae contra o consórcio Sanebarra — responsável pela construção da estação — indicam que a estrutura nunca chegou a operar de forma plena desde sua inauguração.



